O encantador de Pessoas um livro que nos tira o sono e nos acorda pra vida

Texto: Pitágoras Bom Pastor

Em dezembro do ano passado dei-me um presente que recomendo a todos. Comprei um leitor de livros digitais. Gosto muito ler na cama, pois a leitura me ajuda a induzir o primeiro sono e eventualmente recuperar o sono perdido, além é claro de ser um prazer, principalmente para a minha geração que nem tinha TV em casa, ou quando tinha recebia um sinal horrendo e desanimador, principalmente no Litoral Norte de São Paulo ( eu nasci em 1961).

Dia 5 agora chegou finalmente meu e-book “O ENCANTADOR DE PESSOAS”, de autoria da jornalista Liv Soban. Já meio sonolento, por volta das dez da noite abri o livro e pensei: “vou tentar ler um parágrafo”. Não deu. O sono que já estava em mim se foi e bateu-me uma fome de leitura como há tempos não sentia. Fui devorando as letras sem mastigar. Aliás, leitura foi fácil porque saborosa ou saborosa porque fácil, sei lá. Só parei por volta das duas da madrugada ainda mais insone e extasiado. Parei porque o livro acabou, mas ficou um gosto de quero mais.

UM LIVRO QUE ENSINA A CELEBRAR A VIDA E A VENCER A MORTE

O “Encantador de Pessoas” é a biografia de duas pessoas que para além de ser filha (Liv) e pai ( o encantador, Dedé Soban) tornaram- se, novamente, em uma. Sim porque antes de ser Liv, Liv era substância de Dedé; como filha, ainda com o pai vivo tornou-se tão igual a ele que se fizeram unidade e venceram a morte, porque Dedé permanece vivíssimo nessa sua segmentação. Isso prova a máxima de um sábio poeta que disse: “Não há morte no amor”.

Mas, o mais interessante dessa obra é que ela não é só para ser lida; é pra ser apreendida. Dedé Soban era um cara que sabia como viver a vida na sua integralidade sem se prender às amarras, preconceitos, dogmas e esses “caraleos” todos que a sociedade hipócrita nos impõe. Aliás usei “caralho”, porque para ele palavrão não era xingo, nem palavra de baixo calão. Usado com amor e com doçura vira elogio, vira desabafo, vira qualquer coisa positiva. Aliás, o problema não o que sai da boca do homem, é o dono da boca.

Liv tinha nove anos quando seus pais separaram depois de 23 anos de um casamento Feliz. Podendo escolher, ela quis ficar com o pai. Dedé era um arquiteto de sucesso, em Caraguatatuba e no Litoral Norte, que transformou esse sucesso na maior das riquezas: o prazer de viver. Invés de juntar dinheiro ele preferiu juntar amigos e boas histórias de vida. Mas apesar disso, teve que, também, aprender a ser mãe de uma adolescente espoleta, como aliás ele deve ter sido. Aprendeu e tão bem, que a sua menina hoje é uma jornalista e escritora de sucesso em São Paulo; teve e tem uma vida muito feliz e apesar de ser criada mais com princípios de que com regras, ou talvez por isso, nunca causou, nem a ele, nem a si mesmo, nem aos outros , motivo para desagrado ( aí eu falo até porque a conheço e disso dou testemunho).

Dedé teve uma vida intensa e prazerosa, sem, no entanto, abandonar seus deveres profissionais e familiares. Surpreendido por um câncer, foi morrendo aos poucos, com assistência da família, – especialmente de Liv – e dos amigos. Encarou a morte com dignidade e escolheu morrer em casa. Aliás não morreu. Seu corpo virou mar e sua essência segue vivíssima em Liv.

Um livro arrebatador porque fala, explica e ensina pelo exemplo, sobre temas fundamentais que nos incomodam e nos preocupam tanto hoje: vida- amor -paternidade-felicidades-morte-amor-seguimento. Se eu tivesse lido antes, talvez eu teria sido um pai muito melhor, mas está em tempo: vou melhorar agora para os filhos, para os netos, para a mulher e pra todos que merecem a minha consideração e amor. Por isso recomendo o livro para todo mundo, tanto que se pudesse o distribuiria para todos os amigos. Vale apena comprar, ler e deixar na cabeceira.

Termino esse texto com uma das frases de Dedé que ilustram os capítulos do livro:

“Nada é para sempre Figliola, nada é para sempre. Viva enquanto é tempo. Curta enquanto é tempo.

Nunca abandone tua essência. Nunca se venda por dinheiro ou por promessas. Viva. Ame. E seja sempre humana” ( Eduardo Heitor Soban – Dedé).

Onde encontrar :  Você pode adquiri-lo no seguinte link:   O encantador de pessoas

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